sexta-feira, 29 de abril de 2011

Revolução - por uma mercado de trabalho mais flexível

Cá estou eu, camaradas, a responder ao apelo lançado aqui.

Eu no meu trabalho.
Era uma vez uma rapariga que conseguiu subir à custa de muito trabalho e de muitas horas perdidas por lá. Em dois anos, conseguiu quase duplicar o seu salário e já tinha uns cargos de maior responsabilidade. E depois, estragou tudo, resolveu engravidar. De um momento para o outro, perdeu um terço do seu salário e foi encostada à box. Literalmente. Era ver os outros a trabalhar e eu, nada. Não me atribuíram nada.
Um ano e pouco depois, a rapariga resolveu engravidar outra vez. Ouviu coisas muito feias da entidade patronal, coisas como "isso é péssimo para nós, muito mau...". Voltou a ser encostada à box, com nova redução salarial. Ganhou juízo e ficou de baixa...
Hoje, ganho muito menos do que já ganhei em tempos mas trabalho das 10h00 às 16h00. É verdade que trago quase sempre muito trabalho para casa mas não me importo. Pedi para me reduzirem o meu horário e não entrar às 8h00 como outrora. Acederam. Será que tenho de dizer que são porreiros, pá?! Não sei...Perdi dinheiro mas ganhei tempo com os meus filhos. Acho que é uma melhor recompensa.
O meu ideal seria estar a 100% em casa com os meus filhos. Acho que os filhos têm de estar com os pais e não entregues a terceiros. Infelizmente, é uma coisa que não consigo pôr em prática. Acho que muitos problemas da nossa sociedade são o resultado da ausência dos pais na vida dos filhos... Aqueles depósitos de crianças são uma ***** (não sei como adjectivar) da vida moderna... Trabalho porque preciso de dinheiro. Não me realizo no trabalho. Nem sei muito bem o que isso significa!

Quando tenho os putos doentes e tenho de faltar, eles reviram os olhos;quando oiço histórias de mulheres que engravidam e são deslocadas para outros locais de trabalho a 60/80 km (e conheço tantas assim), quando se recusaram a dar-me redução de horário de amamentação, penso: não nos lixem, não nos quilhem, não nos fodam! Revolução de mentalidades, já!

Tella
http://migtella.blogspot.com/2011/04/revolucao-por-uma-mercado-de-trabalho.html

 

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