No início, o homem saia de casa de manha para trabalhar e voltava à noite, enquanto a mulher ficava em casa como cuidadora dos filhos, da casa e do homem.
Depois surge a guerra e o homem parte para a guerra e à mulher é-lhe exigido para além do seu papel de cuidadora que seja trabalhadora. Desta forma a mulher provou do fruto proibido, gostou e não abdica. O mundo desde então mudou, mas muitas das exigências continuam a ser as mesmas: por o jantar na mesa, cuidar dos filhos, cumprir com as tarefas domésticas, lembrar as datas festivas e aniversários, comprar as prendas, agradar à sogra, ser companheira, amiga, boa vizinha, boa cidadã, boa colega de trabalho, ter bom humor, culta, ter corpo magro e belo, manter o marido sexualmente satisfeito, e mais… Ficaram tontas? Pois a sociedade passou a mensagem – e muitas e muitos acreditaram – que as mulheres podem fazer tudo, mas tem que faze-lo bem e ao mesmo tempo. É a materialização da Perfeição!
Porém esqueceram-se que o dia continua ter 24 horas – e não existe qualidade sem quantidade-, os filhos continuam a ser seres humanos e a mulher tb, continuamos com corpo e alma, com capacidades e limitações, com necessidades emocionais, espirituais, racionais, profissionais, …. Isto é SOMOS IMPERFEITAS. E ainda bem que assim é.
Podemos fazer tudo? Não. Mas podemos estabelecer prioridades e satisfaze-las em tempos diferentes, em conformidade com o pretendemos para nós e para aqueles que amamos. Mas viver é isto! E torna-la mágica só depende de nós!
Nos nossos dias, para quem trabalha, cada vez mais a conciliação da vida familiar com a vida profissional tem um “preço” demasiado alto. As culpas, remorsos e as ausências inevitáveis, tentam-se colmatar: com inscrição dos filhos em colégios com a maior carga horária possível e em inúmeras actividades extracurriculares, com leva-los ao colégio de manhã, comprar o novidade em brinquedos ou jogos, viagens e passeios em agenda, tudo em forma de compensação. Ora, por razões de necessidade económica, ora por necessidades pessoais ou até mesmo de afirmação, ou por todas em simultâneo, trabalha-se para pagar: o carro, casa, trabalho da empregada doméstica, colégio, actividades extacurriculares, os objectos que representam status social e económico, etc.
Esta realidade convive lado a lado com outras duas, não menos importantes e representativas da nossa sociedade: A daqueles em que que a sua preocupação não é conciliar a família e profissão porque estão desempregados. E a daqueles em que para não terem um conflito entre família e profissão, optaram –porque podem e querem- por dedicarem-se à família a tempo inteiro.
Ora, é tempo de mudarmos de evoluirmos. Nós e as gerações que se seguem merecem.
A flexibilidade no mercado de trabalho deve entender-se por aplicação de um Direito do Trabalho que espelha uma visão integral da vida profissional, não abdicando da protecção e garantia dos direitos dos trabalhadores. Pretende-se sim mudar a ordem das prioridades.
Flexibilidade não deve ser entendida como: trabalho e remuneração precária, trabalhos atípicos e abusivos, cadeia de mercado informal, actividades profissionais desordenadas, trabalhadores à margem da lei, vínculos laborais ocultos.
Flexibilidade deve corresponder a um novo olhar no mundo do trabalho. E pode concretizar de várias formas, entre elas: contratos trabalho flexíveis (com horários flexíveis de inicio e fim de expediente, semanas de trabalho mais pequenas ou alargadas, permissão de ausentar da empresa para tratar de assuntos de índole particular, compensando à posterior); Trabalho executado fora do local de trabalho; Redução do horário do trabalho; Trabalho em Part- Time e Tele- Trabalho.
Para muitos talvez sejam estas as medidas contra Perfeição e para outros, como eu, uma forma óptima de obter equilíbrio “trabalho-vida” sem ter de abdicar da família.
Este post representa a minha participaçao na "Revoluçao" fantástica iniciada pela autora do Blog "A mãe que capotou" http://apanhadanacurva.blogspot.com/
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Dadinha
http://dadinhahistorias.blogspot.com/2011/04/revolucao-por-um-mundo-de-trabalho-mais.html
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