domingo, 1 de maio de 2011

Por utilizar os meus direitos fui acusada de ser inflexível e ter horário de função publica

Trabalhei numa empresa durante 9 anos, quando engravidei do meu filho, tive que mudar de chefe, que era super porreiro, para outro que se veio a tornar num sacaninha. Era nosso colega e subiu de posto e o posto subiu-lhe a cabeça.
Adiante, as 30 semanas, vim para casa com contracções tal era o estado de nervos em que me encontrava, não tive tempo de formar devidamente a pessoa que iria ficar no meu lugar e tinha sido combinado com o director de área, a cima do meu chefe directo, que ficaria, dentro do possível a fazer trabalho em casa, todo o que não tinha conseguido ensinar a minha colega.
Até aqui tudo bem, foi até porreiro, porque me aborrecia em casa durante a baixa, erro meu!!!
Depois do meu filho nascer, continuei, mas só mesmo uma parte que a minha colega não sabia mesmo fazer. Mas jà com menos disponibilidade, ao ponto de um dia o meu chefe me dizer que estava a demorar muito a lhe responder, respondi-lhe que se ele pagasse uma baby sitter para ficar uma hora por dia com o meu filho eu despachava-me ( claro que era eu a manda-lo à fava indirectamente).Voltei passados os 5 meses de licença, mais um de ferias e com os restantes que tive de baixa, foram quase 9 fora. Muita coisa tinha mudado, muitas falcatruas foram feitas, porque quando estava era eu que controlava essas coisas e o director de área tinha passado a ser uma mulher. Pensei, que fixe uma aliada!
Comecei a chegar às 9 da manhã como sempre mas a sair 2 horas mais cedo, ou seja às 16. E não ficava nem mais um minuto. Ao ponto de um dia numa reunião de colegas e chefe, ter sido acusada por este ultimo de ser inflexível e ter horário de função publica. Comentei os a directora de área a situação e disse-lhe que por lei tinha essas duas horas para amamentar.
Resposta dela: eu quando tive os meus filhos tirei uma licença sem vencimento. E eu respondi, pois mas a senhora pode eu não tenho dinheiro para isso. Até mesmo a directora de recursos humanos, com dois filhos era pouco flexível quando o meu miúdo estava doente, e esteve muitas vezes doente.
Este meu chefe esteve quase a conseguir despedir-me, mas voltei a ter o meu antigo chefe, porque se veio a descobrir as falcatruas do outro.
No entanto a área onde estava inserida, foi suspensa, ainda me propuseram mudar de área e novamente de chefe.
Foi aqui que vi uma oportunidade para me pagarem o que me deviam de anos de casa e vir trabalhar por conta própria como já fazia o meu marido.
Foi o melhor que fiz, sou Relações publicas e organizo eventos, diga-se que tenho pouco trabalho, mas o marido vai ganhando para as despesas e o meu filho esse então, mudou da noite para o dia.
Até no infantário notaram isso. Tenho mais tempo para eles, para a casa, para o meu trabalho e para mim. Acabei as cadeiras que me faltavam, já não saia de casa as 7 e chegava ás 19. Quase não os via quando trabalhava.
Passado 1 ano e meio de ter saído de lá, voltei a engravidar, foi uma gravidez mais serena, calma e com mais tempo para a minha filha que tem agora 4 meses. O meu filho continua a só entrar na escola ás 9.30, quando trabalhava entrava ás 8.00. Agora sai entre as 16.30 ou 17.00 quando me pede para o ir buscar mais tarde para brincar um pouco mais com os amigos. Chegou a sair às 18.30, quando o meu marido o ia buscar, quando eu trabalhava fora de casa.
Não tenho o problema de estar a faltar quando está doente, de meter ferias para fazer actividades com ele na escola e afins. Sinto-me abençoada e continuo a achar que todas as mães, as que quisessem só deviam trabalhar meio tempo.
Sei que o texto está algo confuso, mas ainda me revolto quando penso no que sofri e que fiz sofrer o meu filho mais velho, agora com 4 anos.

Patricia Leal

2 comentários:

  1. Olá Patrícia,
    Gostaria de falar consigo.
    Será possível disponibilizar-me o seu endereço de email?
    Obrigada

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  2. Olá Patrícia,
    Gostaria de falar consigo.
    Será possível disponibilizar-me o seu endereço de email?
    Obrigada

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