Uma causa justa e válida, com tanto significado, que condiz na perfeição com a data que hoje se comemora.
Há dias mais do que outros, vá, muitos dias mesmo, que vemos a falta de flexibilidade como algo que gostaríamos de extinguir do nosso vocabulário e do nosso estilo de vida.
Damo-nos conta disto quando faltamos a uma reunião na escola, quando recusamos colaborar com o corpo docente alegando falta de tempo, quando ficamos incrédulas com aqueles sapatos ainda novos que deixaram de servir porque os seus pezitos, crescem tão depressa.
As desculpas para não ir ao parque multiplicam-se, a história que à noite lemos a correr porque há um infindo número de tarefas à nossa espera, os berros constantes pela manhã porque é tarde e o relógio não pára e já estamos atrasados e mais não sei o quê e despacha-te que estamos em cima da hora. E vale tudo, até pensar que a culpa não é nossa, é dos cachopos imbirrentes que não se levantaram a horas, que ficaram a preguiçar mais cinco minutos, que acordam, ainda nem o dia amanheceu e estão tão dormentes a beber o leite que até a caneca preferida lhes escorrega das mãos e lá se sujam.
Vale-lhes mais um ralhete e um castigo qualquer, só porque dá jeito e sempre se descarrega alguma fúria.
E somos tudo, menos flexíveis e tolerantes.
Somos tudo, menos mães presentes e disponíveis.
Apregoamos que fazemos tudo, mas não temos tempo para os ver crescer.
Somos tudo e achamos que tem que ser assim, que de outra forma não é possível e que reclamar o que quer que seja, mesmo que seja só mais um bocadinho de tempo, é ser exigente e egoísta.
Basta!
Reclamar tempo para a família e para os filhos é um acto de loucura, dizem uns e pensam outros, mas não imaginam, que afinal essa flexibilidade que nem sequer reconhecem, os torna prisioneiros de si mesmo.
Essas amarras que os prendem à vida a um ritmo desconcertante, formam um emaranhado tal, de um enleio feroz, que só um corte, é capaz de devolver o fio da meada.
Pela flexibilidade, vale qualquer luta, vale o nosso grito, se quisermos fazer a diferença e fazer parte integrante daquilo a que apelidamos família.
Pela flexibilidade, sempre
Susana Canhola
http://aminhaessencia.blogs.sapo.pt/226182.html
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