segunda-feira, 2 de maio de 2011

Estou de acordo, mas não concordo...

E porquê? Ora, para a dita flexibilização poder ter lugar será necessário que mãe e pai se entendam e disciplinem. De contrário, capotam mesmo. Por mim falo : não consigo concentrar-me em casa para qualquer actividade profissional enquanto a garotada por ali anda à volta solicitando atenção, ou não. Aquele é o espaço e o tempo que lhes é devido. Trabalhando em casa não é dificíl interromper hora a hora a tarefa. Tal não favorece a minha prestação profissional, garantidamente. Quer se queira quer não, quem fica em casa fica também (facilmente se subentende) mais "disponível" para ir buscar à escola, levar à ginástica, depois ir levar à natação. Depois à música e ao jardim e a avó ainda não nos viu esta semana... e... bom, na minha opinião (vale o que vale) esta é a verdadeira falácia da flexibilização, uma vez que a flexibilização já é intrinseca ao papel de mãe. Acontece é que mãe também é outras coisas. Parece-me que deve é voltar a ser trazido à baila a igualdade de participação do pai na maternidade: Onde este participa e flexibiliza? Até onde as mães deixam? Será que as mães sabem que as tarefas são para ser da responsabilidade de dois? Ou querem ser super-mamãs super-profissionais super-mulheres super-justas e ...? Mas quem andou a convencer as mães de que elas têm que estar sempre presentes em tudo na vida dos filhos? As mães tendem a perder-se no caminho da maternidade pela quantidade de descobertas que fazem ao longo desta. É um caminho que talvez não seja o seu, mas sim, dos seus filhos. Defendo que "tempos" e "espaços" devem ser respeitados. Assim como não deve haver crianças no trabalho não deve haver pais nas salas de aulas nem nas creches. Assim como os espaços laborais não estão adapatados a receber a criançada também em casa não deve haver o escritório onde o pai ou a mãe passam 98% do tempo que está em casa. Ainda não capotei, (não tem sido fácil) mas penso ter conseguido respeitar a profissão (e já só tenho 1 emprego + uma actividade profissional) e as necessidades dos meus filhos (1 adolescente e+ 1 pré-adolescente). Claro que também fui (e sou) flexível: Os filhos já tiveram que me acompanhar ao local de trabalho, e, o trabalho, por vezes, acompanhou-me ao local das actividades familiares. Tenho presente que um dia serei novamente chamada a flexibilizar-me um pouco mais: não fui ainda chamada a responder enquanto filha. Os meus pais ainda não precisam de cuidados e atenções especiais. Quando tal acontecer (espero que esteja longe o dia) , talvez aí vá encher o peito (e os k me conhecem vão desencorajar-me a fazê-lo) e vou gritar a plenos pulmões. FLEXIBILIZEM QUE EU AGORA DÁ-ME MAIS JEITO ESTAR A TRABALHAR (MAS SÓ SE FOR DAS 21H00 ÀS 3H00, CLARO!!) Mas isto, parece-me francamente egoísta. Daqui, remeto para o título do comentário: Estou de acordo, mas não concordo. Fico-me por aqui, que o comentário já vai longo... (vê-se mesmo k nunca ando nestas andanças..)

Um beijinho para a mãe que capotou...
desta mãe um pouco louca
SuLouca

2 comentários:

  1. Existem empresas noutros paises que encorajam os trabalhadores a levarem as crianças para o trabalho. Tudo depende das personalidades e do tipo de trabalho que se faz, durante qt tempo. TUDO pode ser flexivel!

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  2. A flexibilização pela qual estamos a lutar não passa apenas por trabalhar em casa, mas também pela coordenação do tempo de trabalho com férias escolares, pela implementação de um verdadeiro mercado de trabalho em tempo parcial, por horários flexíveis ou reduzidos, por bancos de horas, por semanas de trabalho comprimidas, por uma flexibilização de benefícios sociais (tendo em conta creches, contribuições para despesas escolares) e uma facilitação da reentrada no mercado de trabalho.
    O objectivo é acompanhar as crianças, mas sendo produtivo. Cabera a cada um e a cada empresa estudar qual é a melhor politica a seguir.

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